Paul Bowles – The American writer who brings us Morocco
Você conhece Paul Bowles? Ele era um escritor, compositor e viajante americano. Se você ainda não o conhece, adorará conhecê-lo para se imaginar em terras marroquinas enquanto a data da próxima viagem ainda não chegou.
Quem foi Paul Bowles
Paul Bowles nasceu em Queens, Nova York, e fez a sua graduação na Universidade da Virgínia, bem como estudou música na Europa. Antes de ser escritor profissional, Bowles era um compositor muito procurado na Broadway. Foi graças ao fonógrafo comprado pelo pai que desenvolveu o gosto pela música a partir dos oito anos e começou a receber aulas. Entre suas obras mais importantes estão composições para sonatas de teatro e piano. Ele também trabalhou como crítico de música.
Durante sua juventude, nas décadas de 1920 e 1930, Paul Bowles viajou para lugares como Paris, Marrocos, Berlim, Guatemala, México e Índia. Mas após a Segunda Guerra Mundial, Bowles abandonou tudo e se estabeleceu com sua esposa, Jane Bowles, também escritora, em Tânger. Embora ele tenha vivido 52 anos no Marrocos, morreu em 1999 e foi enterrado em Lakemont, Nova York. Bowles se tornou um viajante aventureiro que encantou e até hoje encanta com seus escritos incríveis.

O escritor tem muitos trabalhos concluídos. Entre seus trabalhos mais conhecidos está The Sheltering Sky, adaptado ao cinema por Bernardo Bertolucci. Ele era um artista complexo e eclético, que escreveu romances, contos, poemas e livros de viagens, tendo traduzido autores marroquinos e transcrito contos marroquinos tradicionais que foram coletados oralmente. Bowles também compôs várias peças para orquestras, piano e canto.
Bowles era fascinado pelo mundo árabe. Sua natureza crua, sensual, sóbria e atenciosa nas descrições de Marrocos ou Argélia mantém charme e poder nas palavras. Antes, Bowles era conhecido apenas por sua vida nômade, suas extravagâncias – ele comprou uma ilha, situada no Marrocos – e seu profundo conhecimento da cultura árabe.
Atualmente, ele é considerado por alguns como um dos últimos artistas verdadeiramente livres, por sua busca constante de se libertar das amarras tradicionais. Em sua independência, Bowles estava sempre disposto a traçar seu próprio caminho e defender o direito de fazer escolhas.
O relacionamento de Bowles com Marrocos
“Foi então que senti um desejo irracional e poderoso de estar em Tânger”, relata Paul Bowles no prefácio de “Deixe a Chuva Cair”:
“Como uma fotografia, esta história é um documento referente a um lugar determinado, num momento determinado do tempo, clareado pela sua própria luz”
Como viajante frequente, Paul Bowles costumava falar sobre as culturas e características que definem cada país. Para o escritor, era muito importante que preservassem a cultura, aderindo a modernidades ao longo do tempo, mas sem perder seus elementos únicos, ou seja, o que os diferenciava. Em seus escritos, são coletados pequenos contos que falam sobre as paisagens do norte da África e a tradição de seus povos.

Ele foi à Argélia e ao Marrocos várias vezes, e o relato de suas experiências na autobiografia é tão hilário quanto surpreendente. Bowles ainda é um dos autores mais associados a Tânger, que contribui para dar ao local o caráter de uma cidade literária. Entre suas muitas viagens, Tânger foi inegavelmente marcante. Ele visitou a cidade com amigos e depois com a primeira mulher. Mas foi com Jane Auer, de seu segundo casamento, concretizado em 1938, que ele se mudou permanentemente para morar em Tânger, em 1947.
Em suas obras, Paul Bowles faz abordagens profundas da cultura marroquina. Muitos de seus livros são reflexões importantes sobre a tradição de Marrocos da perspectiva de alguém de fora, mas que viveu lá por grande parte de sua vida.
Vamos falar um pouco sobre suas obras
Bowles costumava estar mais interessado em pessoas e ambientes do que em museus ou monumentos. Ele usou, em seus textos, seu agudo poder de observação e o humor que o caracterizava. Há descrições frequentes de personalidades como Gertrude Stein, a primeira pessoa a incentivá-lo a se mudar para o Marrocos, e as inúmeras outras pessoas descritas de formas diferentes e únicas que o visitaram em sua amada Tânger.
Suas histórias são perfumadas com palavras estrangeiras – que acentuam o exotismo dos mundos que ele usa como cenário. E seus protagonistas perdem o equilíbrio, o controle, a razão, extravasando sentimentos conflitantes. As tempestades são causadas até mesmo por pequenos, mas simbólicos gestos, que nos envolvem na narrativa e nos inserem no livro.

Publicado pela primeira vez em 1952, o romance Let the Rain Fall (Deixe a Chuva Cair) de Paul Bowles é uma bela homenagem a Tânger e Marrocos. Obviamente, a chuva está presente, coberta pelas nuvens que se acumulam, tendo como cenário as ondas do Estreito de Gibraltar, ao lado du8as montanhas.
O título, como declara Bowles, vem de Macbeth, de Shakespeare. Ele explica: “Desde os oito ou nove anos de idade, sou fascinado pelo breve trecho de Macbeth em que Banquo deixa o castelo com seu filho e avisa aos homens do exterior que a chuva está chegando. Então lê-se o lampejo da admirável resposta, uma frase de quatro palavras, sucinta e brutal: Deixe a chuva cair”.

Também inspirada nas viagens, desta vez pelo Saara, sua obra mais famosa, The Sheltering Sky, é sobre um casal viajando no Norte da África para salvar o casamento. Eles sucumbem aos efeitos da paisagem exótica. A adaptação cinematográfica de Bertolucci de 1990 ganhou o título “Um chá no deserto”.
Alguns outros registros das viagens de Paul Bowles podem ser vistos na obra “Chá nas montanhas”. O livro é uma coleção de contos publicados ao longo da carreira do escritor em livros e revistas literárias.
Ele também canalizou essas energias para a música, embora menos pessoas saibam disso. Foram textos subjetivos e altamente literários, pois Paul Bowles acreditava que, quando você viaja para qualquer lugar, o sentimento nos livros de viagem passará do lugar para a pessoa que escreve, como em transmissão, tornando-se mais singular.